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Cachoeira do Sul
27 de abril de 2024
Diocese de Cachoeira do Sul

O RELÓGIO DO TEMPO

Mons. Elcy

O RELÓGIO DO TEMPO

 O relógio do meu tempo já cronometrou mais de oitenta voltas, beirando as noventa. Olhando para o primeiro tique-taque o vejo distante, mas imaginando quantos ainda me serão proporcionados, mergulho na visão da eternidade, que cada vez mais rápida, se aproxima, O espaço temporal diminui na proporção do tempo vivido. Cresce a soma dos anos, desde minha concepção e decresce à aproximação do meu desenlace material para plenitude da ressurreição.

Como é bom ter a fé, que ilumina a certeza revelada de uma vida sem fim, depois de uma jornada transitória. Imaginando o que me espera, na existência sem limite, oferecida gratuitamente pelo Criador, o pouco que ainda resta, neste vale de lágrimas, se torna cada vez menor e aceitável. O próprio Senhor da vida me inspira e prepara, para o dia do encontro definitivo com Ele! Só Ele sabe das coisas. Eu pouco ou nada sei!

Eu espero e me esforço, para que se concretize meu posicionamento à direita, entre as ovelhas do Pastor e me afaste da esquerda, onde se localizam os cabritos renegados que roubaram a comida dos famintos, beberam toda água dos sedentos, tiraram as vestes dos semelhantes, não acolheram os peregrinos, não visitaram os enfermos, nem enterraram os mortos.

Espero, também, que os cabritos se convertam, deixando a esquerda e humildes e contritos se misturem com as ovelhas, invocando a misericórdia de quem sempre se disponibiliza usar a misericórdia como regra final. Meu sonho é que exista um só rebanho sob o cajado de um só pastor. Se assim for, serei mais feliz! Não custa, nada, sonhar!

No tique-taque da vida vou somando anos, que serão vistos, quando estiver na eternidade, como migalhas do passado, apenas! Em razão disto quero caprichar e sugiro que você, também, faça o mesmo!

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